Clientes denunciam golpe aplicado por agência de viagens em Itabira e região a3pp

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A “LC Turismo” cancelava viagens em cima da hora, prometia reembolsos e depois desaparecia sem deixar rastros 6n1h25

Clientes denunciam golpe aplicado por agência de viagens em Itabira e região
Foto: Reprodução Adobe Stock
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A agência de viagens itabirana “LC Turismo” está sendo denunciada por consumidores que apontam terem sido lesados após contratarem pacotes de viagem. De acordo com os relatos, a empresa cancelou os serviços em cima da hora, prometeu reembolso e, posteriormente, desapareceu sem deixar rastros. Redes sociais e contatos de WhatsApp foram desativados e não há informações disponíveis sobre endereço físico ou CNPJ da agência.

A itabirana Natália dos Santos, uma das clientes afetadas, contratou um pacote para Porto Seguro, com viagem marcada entre os dias 17 e 21 de outubro de 2024. Ela pagou R$1.000 pelo serviço, recebeu a confirmação e se preparou para a viagem. No entanto, poucas horas antes do embarque, foi informada por mensagem que a excursão havia sido cancelada. “Fizemos as malas, tirei folga do trabalho, meu filho ficou sem ir à escola, e, poucas horas antes do embarque, recebi uma mensagem avisando que a viagem estava cancelada”, lamenta. 

Na ocasião, a empresa ofereceu a opção de reagendar para outra data ou receber o reembolso e Natália optou pela devolução do dinheiro. Dias depois, recebeu o contato de um advogado indicado pela própria empresa, que seria responsável por intermediar os reembolsos. No entanto, desde então não houve mais retorno, segundo ela. O caso de Natália parece não ter sido isolado, diversas pessoas relataram em postagens no Instagram terem sido prejudicadas financeira e moralmente pela agência.

A advogada Lorena Machado orienta os lesados a reunir o máximo de provas: comprovantes de pagamento, conversas, publicações e prints de redes sociais. “Além de registrar boletim de ocorrência, é necessário acionar o Judiciário para buscar ressarcimento. Esse tipo de conduta pode configurar estelionato, além de violar o Código de Defesa do Consumidor”, explica.

O que  acabou gerando confiança nos clientes foi que a LC Turismo realizou viagens normalmente por um período. Entretanto, logo após o cancelamento das excursões, a página da empresa no Instagram foi desativada, e qualquer tentativa de contato ou a ser ignorada.

Lorena Machado reforça que, embora seja possível propor uma ação coletiva, as vítimas não devem esperar por essa movimentação para tomarem providências individuais. Além disso, a advogada reitera a particularidade de cada caso, que podem gerar implicações judiciais únicas. “Os consumidores têm o direito de receber de volta todo o valor pago e, dependendo do caso, também podem pleitear indenização por danos morais, principalmente quando o transtorno ultraa o mero aborrecimento, como férias frustradas, perda de compromissos, prejuízos emocionais e financeiros”, explicou.

Procurado pela reportagem, o Procon MG informou que não há registros formais de reclamação contra a empresa com o nome LC Turismo. No entanto, reforçou que, para que haja atendimento, é necessário que os consumidores apresentem documentos como comprovantes de pagamento, conversas, dados pessoais e, principalmente, o CNPJ da empresa.

Ainda segundo o órgão, quando se trata de estelionato, que é um crime previsto no Código Penal, a orientação é que os consumidores procurem a polícia para registrar boletim de ocorrência. “Se ficar demonstrado se tratar de um golpe contra o consumidor, ele tem o direito de buscar o ressarcimento pelos danos sofridos na via judicial”.

A recomendação geral é que consumidores busquem orientação jurídica e formalizem denúncia junto à polícia e ao Procon, mesmo diante da ausência de informações da empresa. Caso se comprove o golpe, os consumidores poderão reivindicar judicialmente a devolução dos valores pagos e, em alguns casos, indenização por danos morais.

A redação da DeFato Online tentou contato com a suposta LC Turismo, mas não obteve retorno. As mensagens enviadas não foram respondidas, e os números disponíveis sequer completam a chamada. Enquanto isso, as vítimas seguem buscando orientação jurídica para tentar recuperar os valores investidos.