Itabira registrou 16 óbitos por AVC entre 2024 e 2025; falta de neurocirurgia impõe barreiras no tratamento de casos graves 517057
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Segundo dados do Sistema Spdata, entre junho de 2024 e maio de 2025, o PSMI atendeu 458 casos com diagnósticos relacionados a AVCs e aneurismas 5j6a1b
Apesar de avanços no atendimento neurológico em Itabira, o município ainda enfrenta limitações importantes no cuidado de pacientes com quadros mais complexos, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e aneurismas. A ausência de um serviço hospitalar de neurocirurgia obriga a transferência de parte dos casos para Belo Horizonte, o que impacta diretamente no tempo de resposta e nas chances de recuperação.
De acordo com o médico neurologista do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) e do Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI), Tiago Alvarenga, são realizadas cerca de 20 avaliações neurológicas por dia nas duas unidades. Os pacientes contam com uma equipe multiprofissional e o a exames essenciais, como tomografia, eletrocardiograma, ecocardiograma e doppler de vasos cervicais. No entanto, a ausência de neurocirurgiões limita as possibilidades terapêuticas nos casos mais graves.
“Infelizmente, nenhum município da região (Itabira, João Monlevade ou Guanhães) conta com serviço hospitalar de neurocirurgia, tornando obrigatória a transferência para Belo Horizonte em cerca de 5% dos casos”, afirma o médico.
Dados revelam alta demanda e poucos encaminhamentos 46z2a
Segundo dados do Sistema Spdata, entre junho de 2024 e maio de 2025, o PSMI atendeu 458 casos com diagnósticos relacionados a AVCs e aneurismas. Desses, apenas 10 pacientes foram transferidos para centros de referência. No mesmo período, Itabira registrou 16 óbitos com causas diretamente ligadas a essas condições.
Já no HNSD, entre janeiro e maio de 2025, foram internados 114 pacientes neurológicos pelo SUS, sendo 59 deles com diagnóstico de AVC. Nenhum caso de aneurisma foi registrado no hospital nesse período, e apenas um paciente precisou ser transferido, em fevereiro.
Esses números revelam uma realidade preocupante: mesmo diante de casos graves, a baixa taxa de transferências pode indicar obstáculos logísticos ou burocráticos no encaminhamento dos pacientes para centros especializados.
Prevenção é essencial 3i3g63
O neurologista destaca que o município já consegue realizar protocolos internacionais para atendimento ao AVC, o que inclui exames e tratamentos como pulsoterapia e imunoglobulina. Contudo, ressalta a necessidade de avançar na fase aguda do tratamento, com protocolos mais eficazes para reduzir a mortalidade e as sequelas.
Tiago Alvarenga reforça ainda a importância da prevenção. “A prevenção do AVC ocorre com atividade física, alimentação balanceada e o controle adequado da pressão alta, diabetes e colesterol. Fiquem atentos aos sinais de alarme e levem o paciente imediatamente ao hospital. O atendimento precoce salva vidas e reduz sequelas.”
Sinais de alerta para AVC 662xy
A Rede Brasil AVC orienta que, diante de sintomas como fraqueza em um lado do corpo, confusão, alterações na fala, visão ou equilíbrio, o paciente deve ser levado imediatamente ao hospital. Cada segundo conta. Além disso, hábitos saudáveis, controle de doenças crônicas e a interrupção do tabagismo são fundamentais para reduzir os riscos.